segunda-feira, 4 de junho de 2012

Congresso comemora centenário do primeiro governador do Amapá













O Deputado Luiz Carlos (PSDB/AP) participou hoje (4), da sessão solene do Congresso Nacional que homenageou o centenário do primeiro governador do Amapá, Janary Gentil Nunes.
A homenagem aconteceu no Plenário do Senado, presidida pelo Senador José Sarney, também estiveram presentes Senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), Sebastião Bala Rocha (PDT/AP) e familiares do governador.
Janary Gentil Nunes, oficial do exército brasileiro, político e estadista, líder escoteiro. O primeiro e o que governou por mais tempo o Amapá. Nasceu em Alenquer, Estado do Pará, em 1º de junho de 1912 e faleceu no Rio de Janeiro em 15 de outubro de 1984.
“Com seu espírito de brasilidade, Janary Nunes construiu o Amapá. Deu ares de cidade à Macapá, abriu ruas, criou bairros, construiu escolas, hospitais, abriu estradas. Criou um serviço de navegação, de abastecimento de água, estabeleceu os denominados serviços industriais, com uma olaria para a confecção de material cerâmico.
Criaram-se os municípios de Macapá, Mazagão e Oaipoque e iniciou a rodovia que iria unir os amapaenses, a então BR -15, hoje BR-156. Aliás, como já disse alhures Janary iniciou a construção do hoje estado do Amapá e o fez com grande sacrifico pessoal, nos primeiros anos de seu trabalho, morreu de doença endêmica sua mulher Iracema Carvão Nunes.
Porém, isso foi apenas um detalhe do trabalho de Janary. Trouxe com ele para o Amapá, muito mais, do que obras, serviços, saúde, saneamento e bem estar. Trouxe para um povo algo fundamental: ESPERANÇA. E o fez através de um lema que, hoje, certamente seria o cerne de muitas políticas públicas em execução. Criou a denominada MÍSTICA DO AMAPÁ, uma ideia ousada que permitiria transformar o Amapá em lugar feliz onde se pudesse viver com dignidade. Esta, certamente, a maior contribuição para os amapaenses. A mística do Amapá, permitiu o despertar da etnia amapaense, haja vista que a maioria dos amapaenses daquela época , não podiam olvidar que nasceram paraenses.
Não que algo houvesse contra os irmãos paraenses, porém os então amapaenses, precisavam de algo, mágico, etéreo, que os unisse. A Mística do Amapá, preencheu esse espaço.
É bem verdade que Janary no Amapá, teve seguidores fiéis mas também adversários ferrenhos. E essa dicotomia, longe de destoar, trouxe mais força ao Amapá que sem qualquer dúvida, tinha um grande líder mas também tinha quem o contestasse. E a contestação, na vida quotidiana, tal como o contraditório no âmbito da justiça, são irmãos siameses, sobretudo pelo papel democrático que representam.
Não foi por acaso que o grande dramaturgo Nelson Rodrigues, afirmou “que toda unanimidade é burra”.
E foi esse embate político que fez de Janary Nunes um líder nacional. E essa projeção valorizou seus opositores, dentre eles meu pai, jovem estudante do Colégio Amapaense, que a ele se opôs em 1966 e perdeu, porém foi vitorioso em 1970, juntamente como uma plêiade de universitários que elegeram o professor Antônio Pontes.
Mas, isso hoje é apenas história, que engrandece o grande brasileiro Janary Nunes que não prestou serviços somente ao Amapá, Janary Nunes foi presidente da Petrobrás, a maior empresa da América Latina, tanto naquela época quanto hoje.
Foi também embaixador do Brasil na Turquia, o que demonstra o tamanho de seu prestígio.
Na condição de amapaense dúplice, pois nasci nas mãos de uma enfermeira/parteira, na cidade de Amapá, no então Território Federal do Amapá, é que neste momento solene, reverencio, JANARY NUNES, usando as palavras do poeta ao dizer que: “QUEM NESTA VIDA NÃO SOFREU É PORQUE NÃO VIVEU.”
Janary Nunes viveu intensa e apaixonadamente o Amapá de sua época e nos legou a terra maravilhosa que amamos.” Discursou o Dep. Luiz Carlos.

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