Marcelo Araújo / Enviado especial
Utensílios feitos com material reciclado e bonecas que traduzem a cultura de uma comunidade. Mais do que peças artesanais, esses artigos têm origem em relações de produção mais conscientes. Três associações e uma empresa do Amapá participam dos estandes da área de Comércio Justo e Solidário, na Feira do Empreendedor, em Macapá. O evento segue até sábado (29), na Área de Exposições do Sebrae.
A Arte e Raiz, da capital do estado, marca presença na área. A associação existe há dois anos e reúne dez membros. Alfredo Hage é um deles. O artesão cria luminárias à base de matérias-primas como cipós, fibras de palmeira e PVC. Brinquedos, colares, chapéus, bancos, mesas e tapetes integram o catálogo da entidade.
Os artesãos que fazem parte da Arte e Raiz mantiveram contato com o Sebrae há dois anos e foram incorporados ao projeto Amapá Feito a Mão. Daí, segundo Alfredo, a história deles mudou. “Os consultores do Sebrae nos sugeriram atuar em grupo. Juntos, fica mais fácil participar de feiras e conseguimos descontos maiores”, relata. Hage cria em média dez peças por mês, vendidas a partir de R$ 30.
Quilombola
Remanescentes do Quilombo do Curiau, moradores desta comunidade, por meio de sua associação, procuraram o Sebrae em abril de 2011 na busca por alternativas de renda e ocupação. A instituição estimulou o grupo a produzir.
Com apoio do projeto Turismo em Macapá e Fazendinha, o artesanato virou opção profissional e cultural. Chamam atenção no trabalho as bonecas Dançarinas de Batuque, com figurino concebido com o mesmo tecido das artistas de verdade. “É um resgate das nossas tradições”, explica a artesã Ledi Maria da Silva.
Vanusa Collares, analista do Sebrae no Amapá, diz que o estande de Comércio Justo e Solidário reúne grupos que, de alguma maneira, trabalham com este conceito, como respeito ao meio ambiente e relações profissionais adequadas. “Essas entidades passaram por capacitação sobre o tema, para que possam incorporá-lo cada vez mais”, conta.
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