A Prefeitura de Macapá divulgou o calendário de mudança das 592 famílias que receberão os apartamentos do Conjunto Habitacional Mucajá. As mudanças contarão com o apoio do Exército Brasileiro e serão monitoradas por observadores do Ministério Público Estadual e Justiça Federal.
De acordo com o secretário de Obras Marcos Jucá, os primeiros a serem instalados nos apartamentos serão os 37 síndicos e suas famílias. A partir de então, a cada dia, 32 famílias ocuparão os imóveis. Ao sair da antiga casa, ela será imediatamente demolida para garantir a desocupação imediata da área de encosta e início da segunda etapa da obra, que consiste na urbanização do Mucajá.
“A mudança inicia apenas no dia 10, para que as famílias tenham tempo de preparar suas coisas. Serão seis caminhões e dezenas de pessoas envolvidas numa verdadeira operação de guerra”, explica Marcos Jucá.
Somente no dia da mudança é que as famílias receberão a chave do imóvel junto com o documento de domínio do apartamento. A Prefeitura também explica que as famílias não terão direito ao material decorrente do desmonte das casas, conforme termo de consentimento assinado no dia do sorteio dos apartamentos entre beneficiários, poder público municipal e Caixa Econômica.
O Complexo Residencial do Mucajá é uma obra do Plano de Aceleração do Crescimento, criado pelo governo federal na gestão do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Concluída na gestão do prefeito Roberto Góes (PDT), a estrutura abrange 592 unidades habitacionais distribuídas em 37 blocos com 16 apartamentos cada. Para se chegar a este número, o município fez um levantamento de campo obedecendo a inúmeros critérios. Entre eles, a condição financeira das famílias. Cada uma não deve ultrapassar a renda per capta de ¼ do salário mínimo. Outro critério é o número de dependentes menores de 16 anos, mulheres responsáveis pelo domicílio, famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos e famílias agregadas denominadas de conviventes secundárias. O levantamento foi feito por equipes da Semast, Secretaria Municipal de Assistência Social e Trabalho, que visitaram inúmeras vezes as residências do Mucajá. Entre outras constatações a de que 24% da população ocupava o barranco e 38% local aterrado. Uma terceira área que fica no alagado representa 32% da população. O restante corresponde a 33 famílias em risco que moram próximo à rede de alta tensão. Em percentual eles são 6%.
As mulheres têm papel fundamental no sustento das residências, 72% delas são chefes de família; 21% não sabem ler ou escrever; 22% recebem um salário mínimo ao mês e 52% estão no mercado informal. Os números seguem detalhando que 29% trabalham no lar, 25% com serviços domésticos e autônomos. Os idosos representam 21% e 49% do total de moradores são de crianças e adolescentes. A ocupação da estrutura também foi planejada obedecendo à acessibilidade. Os andares térreos serão ocupados por idosos, deficientes e famílias com crianças de até 5 anos de idade. Os outros andares seguem regras de conveniência.
A localização do complexo é no Lote 9 da rua Jovino Dinoá, bairro Beirol. Uma área poligonal de entorno da área urbana. A distância para o centro da cidade é de 2km, e do quartel da Polícia Militar é de 100 metros. A coleta de lixo é feita três vezes por semana (terça, quinta e sábado) no período da tarde. Estudantes têm opção de dois estabelecimentos de ensino mais próximos: Escola Municipal Antônio Barbosa e Santa Inês. O atendimento em saúde pode ser procurado nas unidades Rubin Aronovith e São Pedro. Detalhes que complementam a satisfação de quem vai passar a ocupar a estrutura a partir deste ano e poder olhar da janela uma outra paisagem, onde os riscos trazidos pelos dias de chuva no barranco ficaram para trás. Os degraus a partir de agora não estão mais soltos e nem l evam ao barraco de um cômodo. Do outro lado da porta está um futuro melhor, como acredita a gari Almindarina, o professor Paulo, o aposentado Felipe, a dona de casa Azelina e outras centenas de famílias que tiveram a dignidade e o respeito resgatados.
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