Chegou a 2 mil o número de pessoas atingidas diretamente pelo incêndio que destruiu, nesta quarta-feira, 23, aproximadamente 250 casas na baixada localizada atrás da Feira da Avenida Ana Nery, no bairro Perpétuo Socorro, Zona Leste de Macapá. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira, 24, pela Defesa Civil. São 700 pessoas nos alojamentos montados pelo Governo do Estado, 1.300 estão em residências de parentes, vizinhos ou amigos (desalojados).
De acordo com coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Veríssimo, o número de vítimas pode aumentar. "Agora pela manhã [desta quinta-feira] ainda estão sendo removidas algumas vítimas juntamente com seus pertences. Essas pessoas ainda não foram computadas na nossa estatística. Por essa razão, o número de vítimas pode aumentar um pouco", relatou Veríssimo.
Segundo o subcomandante do Corpo De Bombeiros, coronel Magno Bispo, peritos da corporação chegaram ao local onde ocorreu o incêndio no início da manhã. Eles procuram vestígios que possam levar às causas do sinistro.
Sobre a suspeita de que o incêndio tenha sido provocado de forma criminosa, Bispo foi comedido: "Existe a informação de que uma desavença entre pessoas que moravam na área do incidente teria levado um deles a atear fogo em uma casa. Porém, apenas as diligências que estão sendo feitas com a participação da polícia é que vão confirmar ou descartar essa suspeita", declarou o coronel.
Bispo também evidenciou o contingente usado na ocorrência. Segundo ele, 400 bombeiros atuaram nas quatro frentes de combates montadas para conter o fogo, além do apoio da Defesa Civil do município. Já a Polícia Militar (PM) deslocou cerca de 300 policiais para fazer a segurança e controlar o trânsito nos arredores.
Bispo também enfatizou que não faltou apoio logístico, todos os recursos à disposição foram utilizados. "Atuamos com equipes nas avenidas Ana Nery, Marcílio Dias e Pedro Américo. Todas as viaturas do Corpo de Bombeiros em Macapá e de Santana foram utilizadas. Um carro-tanque da Infraero deu suporte. Tivemos o apoio de carros-pipas de duas empresas privadas. Além dessas viaturas, nós utilizamos a água da piscina de uma casa. O local é de difícil acesso, as casas de madeira e o forte vento no momento no incêndio contribuíram para que as chamas se alastrassem rapidamente, mas tudo o que era possível foi empregado para conter as chamas", ressaltou o coronel.
Logo após o incêndio, o governador Camilo Capiberibe decretou Situação de Emergência no bairro Perpétuo Socorro. A medida assegura amparo legal para que o Estado possa adquirir em caráter emergencial, caso seja necessário, toda a infraestrutura para amparar as vítimas, desde medicamentos, alimentos até recursos para vestuário.
Alojamentos e doações
Doações às vítimas do incêndio devem ser feitas no Ginásio Paulo Conrado, no Centro - atrás do Colégio Amapaense. Uma equipe da Secretaria de Estado da Inclusão e Mobilização Social (SIMS) está responsável em receber os donativos, que podem ser roupas, alimentos e utensílios domésticos.
O Gabinete de Gerenciamento de Crise definiu as escolas Mário Andreazza, Maria Ivone e Deuzuíte Cavalcante, ambas no Perpétuo Socorro, e Escola Edgar Lino, no bairro do Laguinho, como os locais para abrigar as vítimas do incêndio.
Além de transporte, abrigo e alimentação, os Executivos estadual e municipal disponibilizaram profissionais da área de saúde e assistência social como médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos, que estão nos locais de apoio auxiliando aos desabrigados.
Núcleo de Jornalismo/Secom
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