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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Medicamentos e suprimentos do Hospital de Emergências são subsidiados pela Prefeitura de Macapá
Por conta da falta de medicamentos nas farmácias do governo do Estado, boa parte dos medicamentos e suprimentos que atendem principalmente o Hospital de Emergências hoje são subsidiados pela Prefeitura de Macapá. A revelação veio com a divulgação de um relatório que demonstra a quantidade mensal das solicitações.
Em novembro de 2011, O Sindicato da Saúde (Sindisaúde) chegou a solicitar ao governador Camilo Capiberibe que decretasse estado de calamidade pública, como forma de garantir a compra emergencial dos medicamentos. O governador se recusou a fazê-lo.
Um relatório da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) mostra as solicitações mensais, geralmente com pedido de urgência, dos chefes das unidades hospitalares do Estado, pedindo os medicamentos, sob alegação de que “não foram atendidos pela CAF”, unidade do Estado que abastece os hospitais.
O documento mais recente é de 4 de janeiro de 2012, quarta-feira última. Através do memorando interno 01/12, a diretora do Hospital de Emergências Edna Maria da Silva Oliveira, solicita uma infinidade de medicamentos e suprimentos, que vão desde produtos básicos como diclofenaco sócido, ampilicina, dipirona, até remédios controlados como Tramadol (usado em pacientes com traumatologia grave) e materiais correlatos como agulhas e até filmes radiológicos.
No mesmo dia da solicitação, servidores da Prefeitura de Macapá estiveram à tarde no Hospital de Emergências e testemunharam a situação decadente da unidade hospitalar. Não havia sequer aparelhos suficientes para medição de pressão arterial nem formulários adequados para prescrição de remédios controlados.
Em documento datado de 24 de novembro de 2011, a diretora do Hospital da Mulher Iranir Andrade dos Santos, solicita milhares de medicamentos que serviriam para uma ação social que o governo do Estado realizou no arquipélago do Bailique. No dia seguinte à solicitação, a secretária municipal de saúde, Socorro Nascimento, autorizou a cessão.
De acordo com a secretária, o município tem se organizado para evitar que falte medicamento nas unidades básicas de saúde mas não pode garantir a normalidade do atendimentos nas UBS se continuar a tendo de “sustentar” também o Estado.
O prefeito Roberto Góes também anunciou que não criará nenhum impedimento aos atendimentos de medicamentos solicitados pelos hospitais do Estado mas gostaria que o governador levasse mais a sério a falta de medicamentos nas unidades estaduais, ao invés de tentar escamotear o problema.
O Ministério Público Estadual também será comunicado sobre a sobrecarga do município no atendimento às demandas das unidades hospitales estaduais, já que a responsabilidade da Prefeitura é somente com as unidades básicas de saúde.
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