quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Presidente diz que intervenção na Federação das Indústrias é 'política'







Por: Abinoan Santiago Do G1 AP
 
 A presidente da Federação das Indústrias do Amapá (Fieap), Jozi Rocha, classificou a intervenção da Confederação Nacional da Indústria (CNI) no Sesi e Senai no Amapá como ato 'político'. A afirmação foi dada em entrevista coletiva nesta quarta-feira (21), um dia após a equipe de intervenção demitir professores e funcionários da escola Visconde de Mauá, administrado pelo Sesi, na terça-feira (20).
“Infelizmente, por causa do que aconteceu na nossa escola e com o andamento dessa intervenção, estou com dúvida se ela realmente não é política porque é inadmissível professores serem demitidos sem justificativa. Eu os admiti e vou provar a legalidade”, declarou Jozi Rocha.
Após realizar auditorias nas contas da Fieap, o conselho nacional do Sesi e Senai decidiu em 31 de julho pela intervenção nos referidos órgãos regionais após constatar irregularidades administrativas, financeiras e operacionais. Com a decisão, desde 5 de agosto o diretor adjunto do Senai Nacional, Sérgio Moreira, assumiu a direção do sistema ‘S’ no estado para corrigir as disfunções.
Durante a intervenção, as atividades dos conselhos regionais estão suspensas, e a gestão do Sesi e do Senai no Amapá é exercida pelo interventor, assessorado por equipe técnica dos departamentos nacionais do Sesi e Senai.
“Eu não estou aguentando essa situação. Vou procurar o presidente da CNI na segunda-feira (26), em Brasília, porque creio que ele não tem conhecimento dessa intervenção”, acredita a presidente da Fieap, que também chegou afirmar que as auditorias e a intervenção seriam provocações feitas pela própria gestão.
Procurado pelo G1, o gerente jurídico da equipe de intervenção e advogado da CNI, Jean Alves, rebateu as afirmações da presidente da Fieap. “A determinação da intervenção foi definida pela própria CNI”, disse.
Em relação a contração dos professores e funcionários da escola do Sesi, contratados pela Fieap e demitidos pela CNI, um relatório da Controladoria Geral da União (CGU), entregue à equipe de intervenção nesta quarta-feira, comprovou vícios no processo seletivo de contratação dos respectivos profissionais.

“Eles participaram do processo seletivo, mas entregaram provas em branco ou não foram no dia da avaliação. Esses se classificaram até em posições melhores do que selecionados de forma legal”, relatou Alves.
O relatório da CGU exemplificou que da 3ª a 6ª colocação no processo seletivo, os candidatos não fizeram a prova, ficando à frente de quem fez, como foi o caso do 7º colocado no certame, que mesmo realizando a avaliação, ficou atrás de quem não se submeteu ao processo. “Isso foi um dos motivos que gerou tudo isso”, destacou o advogado da CNI.
Os direitos trabalhistas dos 80 funcionários demitidos serão efetuados, e as aulas no colégio do Sesi seguem normalmente.
Sobre o possível desconhecimento do presidente da CNI, Robson Braga, apontado por Jozi Rocha em relação a intervenção, o gerente jurídico contou que o presidente "tem ciência do que está contecendo pelo fato de também presidir o conselho que decidiu intervir no sistema, no estado". "A intervenção é apartidária, estamos aqui provisoriamente, sem intenção de permanecer", concluiu.

http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2013/08/presidente-diz-que-intervencao-na-federacao-das-industrias-e-politica.html

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