sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O ENCANTAMENTO DE BENEDITO TAVARES

RETIRADO DO TCC:A CULTURA AMAZÔNICA, EM ESPECIAL A DO AMAPÁ E
A IMPORTÂNCIA DO MARABAIXO PARA O FOLCLORE LOCAL
Autoria: Claudionor dos Santos

Às margens do Rio Vila Nova no município de Mazagão, no interior do Estado do Amapá, há muito tempo atrás morava o curandeiro Benedito Tavares. Sua casa ficava à beira do Rio Vila Nova e residia com seus filhos e netos. Diz a lenda que Benedito Tavares acordava bem cedo para cuidar dos seus afazeres, plantava banana, gerimum, melancia, maxixe, laranja, além de fazer criação de galinhas, garantindo o sustento de sua família todos os dias. Era comum Benedito Tavares fazer suas viagens para o outro lado da região e durava entre há três dias. Sua filha de nome Catarina perguntava: - Papai, para onde o senhor vai? Ele respondia: - Vou fazer uma visita, mas voltou logo. O senhor Cezinando morador próximo morador próximo era muito seu amigo e sempre estava em sua casa. Muitos moradores procuravam o Sr. Tavares para benzer e curar, mas só atendia quando queria. Suas rezas eram como se fosse à mão de Deus Certo dia o senhor Tavares disse à sua Benedita que iria viajar e recomendou não mexer nada.
Vendo que não tinha ninguém em casa, um senhor chamado Michel entrou na casa e encontrou um baú, lá estavam muitos ovos de galinha e resolveu pegar vários, em conseqüência ficou seguro ao baú, até o Senhor Benedito voltar da viagem. Sua neta ficou muito assustada vendo aquele homem seguro sem poder sair. Seu Tavares chegou ao outro dia. Banedita disse: - Vovô o senhor Michel ficou seguro ao baú. Ele respondeu: - Deixa-o lá, tomou um café e depois foi vê-lo e disse ao senhor Michel: - ficaste seguro porque não deverias mexer. O senhor Michel respondeu: - Não, senhor Tavares eu estava com fome e iria tirar dois ovos. O senhor Tavares novamente respondeu: - Se fosse só dois não teria ficado preso, deverias pedir e tirar somente o necessário. – Vou te soltar, mas não mexe mais aqui. O senhor Tavares bateu nas costas do Senhor Michel e ele ficou livre.
Um dia Tavares disse à sua neta, que estava para ir embora, ia morar com sua família no fundo do rio, pois tinha mulher e filhos. O senhor Tavares curava até as suas plantas, na laranjeira colocava um cipó, quando alguém pretendia mexer, mesmo da família ou amigo, se deparava com uma cobra. No tajazeiro aparecia uma onça. Quando estava em sua casa curava, mas não insistisse, se o mesmo não quisesse, o paciente piorava. Um Velho amigo de quase todos os dias o senhor Cezinando, tinha uma irmã chamada Bernadinha, ela estava doente e ele pediu para o senhor Tavares curá-la e ele respondeu: - Tu queres? Então coloca um pingo de creolina na ferida da tua irmã, que amanhã tu verás o estado dela e assim foi feito. No outro dia a ferida tomou da perna dela, que morreu dessa enfermidade.
O senhor Benedito Tavares disse à sua filha e nata que iria viajar, sua filha Catarina entrou no bananal para tirar um cacho de bananas, de repente um buritizeiro foi deixá-la no meio do Rio Vila Nova. O senhor Tavares já sabia e retornou da viagem e disse a ela: - Te falei para não mexer em nada! Ele fez um gasto e chamou da viagem e disse a ela: - Te falei para não mexer em nada! Ele fez um gesto e chamou o buritizeiro, que veio parar na beira do rio e soltou sua filha. Tavares era um homem muito temido e ninguém brincava com ele, pois, sabia de muitos mistérios.
Certo dia apareceu um viajante numa canou em frente do seu ponto, dizendo que seu amigo estava muito doente, e desejava que ele o curasse, mas era mentira do viajante, queria somente testa-lo. Tavares respondeu: - Tu não tem jeito, já esta morto! O viajante saiu dando gargalhada, dizendo: - Tu não sabes de nada, só vive enganando as pessoas seu velho! E foi em direção à sua canoa chamando seu amigo, que não se acordou, pois, estava morto. O viajante ficou desesperado vendo seu amigo morto, arrependido pediu-lhes desculpas e levou o cadáver.
Certo dia às 5 horas da tarde, o senhor Tavares e sua neta Benedita estavam à beira do rio, ela viu quando ele mergulhou com um cigarro aceso na boca, após uma hora ele retornou do fundo
do rio ainda com o cigarro aceso. Outro dia Tavares chamou a sua neta e disse: - Eu vou embora morar com a minha família no fundo do rio e não vou mais voltar. Sua neta ficou duvidando, ele foi embora e não voltou mais. Só acharam a canou no rio. Contado por (DOMICIANO MORAIS).

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