quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Acordo impede a paralisação da obra

O secretário especial de governadoria, coordenação política e institucional do Estado, Alberto Góes, confirmou que até quarta-feira, 19, a empresa responsável pela construção da ponte binacional, que vai ligar o Amapá a Guiana Francesa, deve retomar as atividades. A declaração é com base no acordo assinado na tarde desta terça-feira, 17, no município de Oiapoque, entre os representantes do Ibama, do Iphan, da Egesa/CMT, da Defensoria Pública, da Câmara de Vereadores e do Governo do Estado.
Pelo acordo, o consórcio deve trabalhar a partir de agora apenas na parte de infra-estrutura dando início a construção de alojamentos, refeitórios, escritórios, laboratórios, ambulatórios e almoxarifado. Os serviços vão ser feitos a 200 metros da área interditada pelo Iphan, por conta do achado arqueológico.
A empresa ainda se responsabiliza por manter a região intacta, sem o trânsito de veículos pesados e máquinas e ainda de sinalizar toda área. O grupo terá 15 dias para providenciar outras licenças referentes ao canteiro de obras e jazidas, como também a implementação das demais ações de gestão ambiental.
A cópia do documento será encaminhada ao DNIT e ao Ibama. Após eles tomarem conhecimento do termo, a empresa será notificada para que retome as atividades na área.
Para o diretor administrativo do consórcio, Geraldo Guedes, a medida vai impedir que o calendário de obras seja prejudicado. “Acredito que com essa iniciativa todos ganham. O Estado porque vai ter tempo para resgatar todo esse material arqueológico e a empresa porque vai manter a programação de trabalho”, disse.
A obra
Os trabalhos de sondagem, que permite um estudo mais aprofundado do solo para saber o tipo de perfuração a ser usada para a construção da ponte, sobre o rio Oiapoque, e a topografia que vinham sendo feitos pelos engenheiros da construtora foram suspensos pelo Ibama na última sexta-feira, 14. Segundo o instituto os trabalhos invadiram a área onde há o sítio arqueológico.
A área foi isolada. Técnicos do Iepa e do Iphan devem começar os trabalhos de escavação já a partir desta quinta-feira, 20, para resgatar o máximo de peças possíveis e em seguida fazer a recuperação dos objetos para que possam ser colocados em exposição.
“É um tesouro histórico que está sendo descoberto e que é preciso resgatar e proteger e ao mesmo tempo temos que dar continuidade à obra. Então o Governo do Estado se antecipa colocando sua equipe de técnicos e pesquisadores dando início a esse trabalho até que a empresa contratada pelo DNIT se desloque para o canteiro de obras e dê prosseguimento a esse serviço para que a região seja liberada para o andamento normal da ponte”, disse Alberto Góes.
O serviço de escavação deve durar cerca de 30 dias. No primeiro levantamento, os técnicos encontraram fragmentos em cerâmicas, algumas peças em pedra lascada e uma lâmina de um machado de pedra polida.
“Podemos dizer já com certa segurança que se trata de um material indígena, provavelmente anterior a chegada dos europeus, no período pré colonial”, conta Mariana Cabral, arqueóloga do Iepa.
A região será toda identificada. A idéia é transformá-la em um atrativo turístico, após a conclusão da ponte binacional. “É importante encontrar o máximo de material possível para que possamos resgatar mais esse capítulo da história do município de Oiapoque e num futuro bem breve todos possam ter conhecimento desse fato”, disse Luciano de Souza, técnico do Iphan.
No lado francês, os trabalhos de abertura da estrada da ponte até a cidade da Guiana, continuam sendo feitos normalmente.


Emerson Renon
Assessor de Comunicação
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