Heraldo Costa
Os juizes de Laranjal do Jari, Heraldo Costa, Carline Negreiros e Ailton Vidal visitaram nesta terça feira a comunidade de Iratapuru, como preparação dos trabalhos de uma ação itinerante que vai ocorrer naquela localidade no dia 15 de março de 2013.
A visita serviu para verificar a logística que será empregada pela Justiça do Amapá e parceiros, tais como locais para atendimento, refeição, exames, expedição de documentos etc.
A Comunidade de São Francisco do Iratapuru surgiu junto com a criação da Reserva Extrativista do Rio Iratapuru. Está localizada na região do então lugarejo de Barraca do Boca, unindo a maioria dos ribeirinhos do Rio Iratapuru e criando a comunidade de São Francisco do Iratapuru, onde foi instalada uma fábrica da Natura Ekos para a retirada de óleos para a fabricação de cosméticos. Hoje a Comunidade possui aproximadamente 250 habitantes onde estão instaladas a Fábrica de óleos, igreja católica, igreja evangélica, posto de saúde e escola. O óleo de castanha retirado pelos ribeirinhos são entregues mediante contrato para a Natura, o que faz a comunidade ter um mínimo de desenvolvimento. A comunidade é representada pelo centro comunitário Comaru. A COMARU – Cooperativa Mista dos Produtores e Extrativistas do Rio Iratapuru tem 32 famílias cooperadas, todas do município de Laranjal do Jari, no Amapá. O fato que faz a comunidade um interessante ponto de conservação é por se situar numa região de Floresta fechada, onde a comunidade mais próxima é a de Santo Antônio da Cacheira, situada a mais ou menos 100 km abaixo, junto ao Rio Jari.
As castanhas da linha Natura Ekos são colhidas nos castanhais da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, no Amapá. Com cerca de 800 mil hectares, é um dos mais importantes maciços de castanhais da Amazônia oriental. A reserva está sob os cuidados dos moradores da região, como essas 32 famílias da comunidade de São Francisco, que têm na coleta e processamento da castanha sua principal atividade econômica.
A COMARU também fornece para a Natura a resina de breu-branco. Desde 2006, foram 220 kg de resina. Além do fornecimento, a comunidade recebe uma repartição de benefícios pelo acesso ao breu-branco e ao conhecimento tradicional a ele associado, além de investimentos em estudos e assessorias. Entre 2006 e 2007 a comunidade chegou a fornecer também copaíba.
Com a Construção da Hidrelétrica no Rio Jari, a comunidade de Iratapuru irá desaparecer pela inundação. Por isso, uma nova vila está sendo construído em terras mais altas pela empresa Lupa, uma das parceiras na ação itinerante.
Os contatos e parcerias já estão sendo firmados e até o momento a Comarca de Laranjal através do Juizado Especial e Vara da Infância e Juventude e o Município de Laranjal já firmaram parceria para a ação e aguardam manifestação de outros parceiros.
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