quarta-feira, 24 de março de 2010

Direitos Humanos encontra falhas no Hospital d e Emergência



Por Eduardo Neves

Após denúncia do Sindicato de Saúde do Amapá (Sindsaude), que no Hospital de Emergência, pacientes estavam sendo atendidos no chão. A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, através do deputado Camilo Capiberibe (PSB/AP), realizou no início da noite desta segunda-feira, 22, inspeção para apurar a denúncia.
Durante a vistoria, que foi acompanhado pelo Coordenador do Sindsaude, Dorinaldo Malafaia, o deputado Camilo, pode constatar que no segundo andar do HE, por falta de leito pacientes estavam no corredor, deitados em macas sem colchões. “O meu filho de 5 anos está com o braço fraturado e ainda pouco ele estava recebendo atendimento no chão”, relatou a mãe da criança, a dona-de-casa Irene Picanço.
Nos leitos improvisados a maioria dos doentes são vítimas de fraturas. “Eu estou a um mês aguardando cirurgia e nem o ortopedista vem avaliar como está a minha situação”, cobrou o paciente Dinaldo Neves, do município de Laranjal do Jari.
No Centro de Terapia Intensiva (CTI), há cinco leitos funcionando, dois estão desativados por falta de equipamentos. O aparelho de hemodiálise está parado por que não tem técnico para operar. “Quando é preciso fazer a hemodiálise dos doentes, temos que levá-los até o Hospital Geral”, disse uma das três técnicas de enfermagem que estavam de plantão, e que afirmaram que deveria ter no mínimo um profissional por cada paciente.
No setor de enfermagem, dona Maria Laura Alves de 99 anos estava deitada na mesma posição há oito dias aguardando cirurgia. “Olhe a situação dela e ninguém faz nada”, denunciou a acompanhante da aposentada, ao receber a informação do deputado Camilo, que vai solicitar a direção do HE, que garanta a prioridade da paciente, que é estabelecido em Lei no estatuto do Idoso.
INFRAESTRUTA – Uma tábua encobre um buraco que há no corredor e que dá visão para o corredor no andar debaixo do hospital. “Um senhor caiu hoje nesse buraco, só não varou porque ele não passa no buraco”, relatou uma paciente.
Os profissionais que estavam de plantão foram unânimes, em dizer que a necessidade urgente de contratação de pessoal. “Hoje, por exemplo, é um técnico de enfermagem para atender 12 pacientes, o que na realidade deveria ser 01 profissional para 03 doentes no máximo”, explicou o técnico de enfermagem.
Fiscais do Coren que se encontravam de plantão informaram o deputado Camilo que possuem relatórios detalhados sobre a falta de pessoal. “O Coren conseguiu na justiça impedir que os enfermeiros tivessem que dar conta das enfermarias e da UTI ao mesmo tempo”.
Na Unidade de Terapia intensiva os técnicos em Enfermagem normalmente têm que dar conta do dobro de pacientes do que é aceito pelos padrões hospitalares. “Muitas vezes temos só um ou dois técnicos para seis pacientes quando seriam necessários três, na razão de um para cada dois pacientes no máximo”, relatou uma profissional da UTI.
Falta medicamentos, como Pramol, Azaquitan, Omeprazol, além de aparelho para medir pressão arterial e até termômetro.
O Coordenador do SindSaúde Dorinaldo Malafaia, que já havia feito inspeção no mesmo dia mais cedo e afirmou que as cirurgias ortopédicas não estariam sendo realizadas por falta de pagamento da empresa que fornece os materiais de imobilização, pinos e platinas que são utilizados para correção óssea. “Não pagam os fornecedores e quem sofre são os pacientes” informou Dorinaldo Malafaia.
Diante da situação encontrada pela Comissão de Direitos Humanos da AL, o deputado Camilo Capiberibe (PSB/AP), estará produzindo um relatório para encaminhar ao governo do Estado e a Secretaria de Estado da Saúde (SESA), solicitando melhorias no Hospital de Emergência. “São vidas humanas, não podemos aceitar esse tipo de tratamento que é dado aos pacientes e aos trabalhadores”, disse Camilo.

Contato: Eduardo Neves – Assessor de Imprensa do deputado estadual Camilo Capiberibe (PSB/AP) – 8117 2883 // 9142 6546.

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