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sexta-feira, 5 de março de 2010
Moradores do Bailique denunciam caos na educação
Por Eduardo Neves
Se para quem mora em Macapá, a situação da educação vai de mal a pior, imagine no arquipélago do Bailique, que fica a 185 km da capital amapaense. Por lá, o cenário de descaso do governo Waldez, vai desde o desabamento de escolas a falta de merenda escolar.
A triste realidade dos moradores Bailiquenses, foi constada durante a visita do deputado estadual Camilo (PSB/AP), da deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP) e do ex-governador do Amapá, João Alberto Capiberibe, no período de 25 a 28 de fevereiro.
Na comunidade do Igarapé Grande do Curuá, as aulas de 1ª a 4ª série do ensino fundamental não tinham começado em virtude da escola está sem merenda. Os moradores disseram que não tem modular de 5ª a 8ª série, e que cerca de 60 alunos da comunidade estudam na Escola Estadual Maria José Campelo, na localidade do Limão do Curuá, que fica 1h de barco. Todos os dias eles enfrentam temporal e muitos querem abandonar os estudos em virtude da dificuldade de chegar à escola, relata o líder comunitário Antônio Assis.
Durante a visita a escola da comunidade do Limão do Curuá, as lideranças do PSB constataram que a escola ameaça desabar. Cansados de esperar e apelar para a Secretaria de Estado da Educação (SEED) para que seja construído um novo prédio, os próprios moradores se mobilizaram e estão construindo um anexo, para que as aulas não paralisem. Fizemos inúmeros pedidos, mas eles só prometem e nunca cumprem, desabafou o morador Raimundo da Silva, que trabalhava no anexo no momento da visita.
O que parecia difícil para os estudantes das duas comunidades, está pior para quem estuda na localidade da Ponta do Curuá. Lá, a escola desabou em 2007, por causa do assoreamento do rio e para que as crianças pudessem freqüentar a sala de aula, os moradores aproveitaram o material e construíram uma escola improvisada com apenas 2 salas de aula em péssimas condições. Até a passarela que o governo construiu no ano passado, o empresário não pagou as 24 pessoas que trabalharam na construção da ponte, cobra Américo Farias.
O líder comunitário, Claudionor Farias, disse que em recente visita do senador Gilvan Borges (PMDB/AP), os moradores pediram para ele intervir junto ao governo do Estado, para que pudesse construir a passarela de 200 metros para as crianças atravessar do outro lado da comunidade e ouviram a seguinte resposta. É fácil de resolver, vocês cortam uma árvore de sacuzeiro e colocam aí, lembrou Farias, ao ironizar a resposta do Senador. Eu esperava ouvir outra coisa de um senador da republica.
Na mesma comunidade, não tinha merenda escolar e nem professor. Não sabemos quando as aulas vão começar por aqui, disse preocupado um pai de aluno às lideranças socialistas.
Na comunidade da Freguesia, o pré-escolar tem atualmente 29 crianças estudando, mas não tem merenda e nem quem faça. O prédio da escola que é do município ameaça desabar. Por isso nós estamos construindo com nossos próprios recursos um novo pré-escolar, reclama o presidente da associação de moradores da Freguesia, Elielson Farias.
No Igarapé do Meio, assim como nas demais comunidades todos os contratos e repasses do Caixa Escolar estão atrasados desde março do ano passado. Em 2009 foi o pior ano da educação, diz a diretora da escola.
Na Vila Progresso, a Escola Bosque e o Hotel Escola tidas como referência de educação na Amazônia, neste início de ano letivo, apenas cinco professores iniciaram as aulas. Nós precisamos de 40 professores para que atenda a comunidade, cobra Lúcia Rocha, que esteve nesta terça-feira, 02, na SEED para reivindicar a presença de mais professores. E até agora ninguém deu uma resposta para nós.
O sucateamento da educação é visível em todo o Arquepelágo. Diante dessa situação, irei solicitar ao governador Waldez Góes e ao secretário de Educação, Adauto Bitencourt, que retome as políticas de educação aplicadas na época do governo do PSB, finaliza Camilo Capiberibe.
Contato: Eduardo Neves Assessor de Imprensa do deputado estadual Camilo Capiberibe (PSB/AP) 8117 2883 // 9142 6546.
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